Ler Camões: em movimento
22-02-2025 20:06
Ler Camões: em movimento
V Centenário do Nascimento de Camões com a iniciativa “Camões, Engenho e Arte”.
Um pouco mais de sol — e era brasa,
Um pouco mais de azul — e era além
Quase, Mário de Sá-Carneiro
Nós, alunos do Agrupamento de Escolas de Pintor José de Brito, quisemos um pouco mais de sol para dar corpo à celebração do nascimento do poeta dos poetas – Camões!
Quisemos um pouco mais de azul para dar alma a “Camões, Engenho e Arte” com leituras em movimento.
Para tal, ousamos levar a efeito a iniciativa de leitura simultânea de textos de Camões ou a partir da sua obra. Logo, uma experiência coletiva de leitura e apreciação da obra de Camoniana por todos os alunos deste Agrupamento.
Vamos, agora, debruçar-nos sobre a nossa performance num “flashmob”. Lemos, relemos, interpretámos, analisámos, partilhámos opiniões e chegámos ao poema Vós, Senhora, tudo tendes,/Senão que tendes os olhos verdes, que leva o sujeito poético a preterir o azul: Ouro e azul é a melhor/Cor porque a gente se perde;/Mas a graça desse verde, e como puderam ver foi dito por um aluno do 11.º ano, Gabriel Silva. Ousámos também imaginar a amada dos olhos verdes através da apresentação da nossa “deusa” que incita o diseur a declamar este vilancete.
Mas, desenganem-se, nem sempre o nosso poeta idolatra a sua amada, como normalmente acontece nos poemas que nos são mais familiares e que trabalhámos nalgumas aulas, pelo que contrapusemos a redondilha Catarina/ bem promete;/eramá! Como ela mente!
Foi para nós surpreendente e desafiante a dramatização de uma leitura partilhada por trinta e um alunos. Os premiados transfiguraram-se, foram poetas, sendo alunos...representaram e disseram esta redondilha.
Trabalhámos muito e com todo o empenho, pois tínhamos uma certeza: queríamos ser brasa, queríamos ir mais além numa leitura em movimento de dois poemas de Camões.
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